Novo IHGP: Prêmio Pulitzer Caipira e palestras sobre atualidades
Novo IHGP: Prêmio Pulitzer Caipira e palestras sobre atualidades

Novo IHGP: Prêmio Pulitzer Caipira e palestras sobre atualidades

Novo IHGP: Prêmio Pulitzer Caipira e palestras sobre atualidades

Edson Rontani Júnior

Edson Rontani Júnior, 55 anos, assumiu neste mês a presidência do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba) e começa um ciclo já com um sonho realizado para ele que sempre conviveu com o segmento de Humanas. Piracicabano, ele ‘respirou’ o jornalismo desde a infância. Isso porque vivia ao redor do pai, Edson Rontani (1933-1997), casado com Ivete D’Abronzo Rontani, e acompanhava seus passos com as contribuições aos jornais de Piracicaba. Rontani pai criou o primeiro fanzine do Brasil em 1965 e isso inspirou seus filhos e sobrinhos a lançarem revistas artesanais, formato de comunicação ainda hoje em uso. Edson Rontani Júnior seguiu esses passos e, aos sete anos de idade, publicou um tímido jornal, com desenhos e tortas letras para distribuir entre os parentes. A partir daí, seguir a carreira do jornalismo foi um passo rápido e seguro.

Em sua carreira, Rontani começou cedo como suplemente infantil do Jornal do Povo Piracicabano. Na década de 1980 atuou como sonoplasta e repórter e, mais uma vez contagiado pelo pai, foi fazer Comunicação Social na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), formando-se em jornalismo no ano de 1991. Na mesma década, coordenou o departamento de jornalismo de uma rádio local e fundou a E. R. J. Comunicações, empresa especializada em assessorias para a iniciativa privada e entidades ligadas à odontologia.

Trabalhou nas assessorias de imprensa do Liceu Terras do Engenho, Associação dos Endodontistas da FOP/Unicamp, Uniodonto São Paulo, Uniodonto Paulista, Uniodonto do ABC, Uniodonto de Limeira e Uniodonto Botucatu. Atualmente, Rontani Júnior assessora na área de comunicação a Uniodonto de Piracicaba (desde 1994) e a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – Regional Piracicaba (desde 1997). Aplicado, retornou à faculdade a fim de se especializar em comunicação digital, alcançando o título de pós-graduado em Jornalismo Contemporâneo (2010).

É dele o Prêmio Losso Netto de Jornalismo de 1990, entregue em conjunto pela Faculdade de Comunicação da Unimep e pelo Jornal de Piracicaba. Foi membro do Clube dos Escritores de Piracicaba na condição de Membro Titular do Conselho Acadêmico ocupando a cadeira número 50, a qual tem como patrono seu pai, Edson Rontani. Também foi laureado com o Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz e recebeu o Troféu 25 anos do Clube de Escritores de Piracicaba. Esteve no júri de seleção do Salão Internacional de Humor de 2011 e 2020 e presidente da Comissão Organizadora na 39ª edição da mostra (2012). Da AHA (Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor) é vice-presidente fundador da entidade e presidiu a mesma entre 2019 e 2020.

Do Núcleo MMDC Voluntários de Piracicaba foi presidente de 2013 a 2020, ocupando anteriormente a vice-presidência de entidade. Por esta dedicação, recebeu a Medalha e Diploma MMDC, com registro no Setor de Honrarias da Casa Civil do Estado de São Paulo. Rontani é membro ativo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

Qual foi o seu sentimento ao ser anunciado como presidente do IHGP? Fale um pouco sobre o que o instituto representa como entidade para Piracicaba.

A sensação foi de sonho realizado. Muito se pergunta porque um membro está no instituto. As cadeiras não são meramente ilustrativas. Foram ocupadas pela nata do pensamento intelectual de Piracicaba no passado. Hoje, estamos representando a geração atual cujo desafio é caminhar de mãos dadas com as mudanças tecnológicas, como a leitura que está migrando do papel e indo para o digital. Nos anos 1990 e anos 2000, eu acompanhava as ações dos membros do IHGP por meio dos jornais locais. E isso sempre me norteou nos desejos pessoais. Desde a década de 2000, sonhava em participar desta entidade e compartilhar conhecimentos (mais receber que oferecer). Fiquei muito triste quando, pela primeira vez, em 2006 preenchi a documentação necessária e não fui aceito. Ao contrário de abril de 2010, quando fui admitido no IHGP, por intermédio do amigo Waldemar Romano, ex-vereador e cirurgião-dentista. Me lembro que no discurso de posse comentei que o certificado de membro do instituto seria colocado na parede de meu escritório, ilustrando mais uma trajetória de minha vida junto a outros certificados e diplomas. Ele continua lá, como ostentação de uma conquista pessoal. Desde então, passei a traçar planejamentos para a década de 2020. Uma delas seria presidir esta entidade que teve nomes de peso no passado como Edmar Khiel, Nélio Ferraz de Arruma, Marly Perecin Germano e tantas outras fontes de inspiração em cujas obras literárias me inspirei como jornalista e como gente. O IHGP representa para Piracicaba uma história importante. Fundado às luzes das comemorações do bicentenário da cidade, em 1967, no dia 1º de agosto, ele reuniu grandes expoentes da imprensa local, da literatura piracicabana, perpetuando conhecimento sobre seu folclore, relatando sua história (através de vídeos, fotos, livros, jornais) e tudo ou quase tudo o que foi feito na cidade. As pessoas morrem e com ela levam grande parte de seu conhecimento de vida. O que elas deixam são diários, livros, recortes, anotações publicadas ou não, ou seja, a fonte do intelecto permanece em bens materiais, assim como o escultor deixar sua escultura, ou o escritor deixa seu livro. Me lembro de um dos primeiros livros lançados pelo IHGP. Era 1975, o autor era Waldemar Iglésias Fernandes, denominado ‘Lendas e Crendices de Piracicaba e Outros Estudos’. Era a fonte da “Piracicaba fantástica”, aquela que habita o imaginário coletivo através de histórias que ouvimos desde criança como a cobrona que habita embaixo da terra do Centro da cidade, o lobisomem, o rio Piracicaba que para de madrugada como uma forma de suplício pelo que estamos fazendo com o meio-ambiente. Eu tinha pouco cerca de sete anos de idade quando o livro foi lançado. É um dos meus preferidos até hoje. Guardo-o a sete chaves. Este é um dos pequenos exemplos da perpetuação de uma obra de autor, de uma filosofia, de uma doutrinação ou de um fato como simples fato que é. Assim é o IHGP: preservar a história de Piracicaba sem dar a cidade o ônus e a incumbência de fazer isso.

Sobre as novidades, ainda para este ano de 2022, quais são as ideias e projetos?

Estamos retomando, assim como as demais camadas da sociedade, os encontros sociais. Já temos programado para este mês um encontro entre associados do IHGP para entronizar a fotografia em nossa Galeria de Ex-Presidentes do dr. Pedro Vicente Ometto Maurano, que me antecedeu até primeiro de abril passado. Neste dia, pretendemos realizar um encontro interno de associados, envolvendo os aniversariantes do mês. Para maio, lançaremos o livro da Escola de Artemis Prof. José Martins de Toledo, escrito por William Rodrigues da Silva. Para agosto, realizaremos nossa Sessão Magna com entrega da Medalha Prudente de Moraes (constituída por lei municipal), entrega de certificados à população e lançamento de nossa Revista do IHGP edição 2022. Nesta revista, vamos realizar coletâneas sobre datas “redondas” comemoradas neste ano, como “90 anos da Revolução Constitucionalista”, “100 anos do Instituto Baronesa de Rezende”, “200 anos da Câmara de Vereadores”, “100 anos da Estação de Trem da Paulista”, “100 anos da Semana da Arte Moderna e seus reflexos em Piracicaba”, “50 anos da Academia Piracicabana de Letras”, entre outros temas. Para junho e julho, vamos praticar um projeto “Lendo com sorrisos”, envolvendo algumas entidades assistenciais de terceira idade com distribuição de livros para idosos.

No médio prazo, para 2023, quais serão os focos da sua gestão?

Vivemos a época da retomada. As pessoas membros de entidades como o IHGP e a Academia Piracicabana de Letras, entre outras, passaram a pandemia trancafiados em casa produzindo. O momento agora é de realizar um chamamento destes escritores e seus escritos. É momento de voltarmos a nos confraternizar. Nos vermos. Discutir assuntos mesmo que seja para “jogar conversa fora”. As metas são rever os amigos, os escritores, fazer as ideias borbulharem e não deixar a história de Piracicaba ser sempre revista e reanalisada. Estamos apresentando um planejamento estratégico, com início, meio e fim. São ações para dois anos, nos dando a chance de saber onde poderemos chegar ano que vem e no próximo, quantos livros podemos publicar, quantos debates, palestras e cursos podemos realizar. Além do contato humano, pretendemos, até o meio do ano, disponibilizar os jornais locais em versão digital da atual década (janeiro de 2021 até os dias atuais) e, posteriormente, jornais da década passada. Isso serve de estudo inclusive por estarmos vivendo um período delicado, o da pandemia do coronavírus que, dentro em breve, motivará estudos, artigos, relatos de toda forma possível e os jornais desta época atual servirão de base para pesquisas num breve futuro. Uma das metas é criar com outras entidades de cunho histórico e literário da cidade, um prêmio de destaque dos livros lançados em Piracicaba, o qual chamo de “Prêmio Pulitzer Caipira”.

Fonte: Jornal de Piracicaba. Cristiane Bonin. cristiane.bonin@jpjornal.com.br